sexta-feira, 31 de julho de 2009
Crónicas I
Fosse por malvadez do destino ou por infeliz coincidência, o certo é que ela se encontrava ali, prostrada aos pés do césar do planeta que a torturava sem dó nem piedade. Estava só num mundo de colossos...
Confrontou a fonte daquela escravidão de frente, apenas para afirmar que não sairia dali vencida, pelo menos não sem lutar, não sem gritar que queria viver, contudo mais tarde viria a perceber o quão inconsequente tinha sido este pensamento.
Num mar de areia sentia-se afundar cada vez mais, ouvia no seu íntimo o desespero que a assolava. Não sabia porque estava ali, tentava lembrar-se do que tinha acontecido, mas tudo não passava de uma tela em branco.
Decidiu então tentar afastar-se daquele inimigo e caminhando em direcção contrária, absorta nos seus mais profundos pensamentos, até que, de repente, viu uma figura junto de uma rocha à altura do horizonte. Estarrecida, tentou identificar aquela figura mas esta estava longe demais, por isso correu e correu até que, perdida na sua respiração, ouviu um barulho gorgolejante, tal sibilar de serpente, muito próximo de si; estacou diante de uma forma que nunca tinha visto e que provocou imediatamente um temor de morte. Não sabia o que fazer, as pernas não lhe obedeciam, o seu olhar emanava medo e aquele ser percebeu-o, focou aquele olhar mortificante na mulher indefesa e avançou determinado, rumo ao que assumia ser uma refeição fácil.
domingo, 26 de julho de 2009
Rainbow
Se nos propusermos a ver a beleza do mundo ela está lá à espera que lhe pisquemos o olho...
É isso que o Israel Kamakawiwo'Ole, ou simplesmente IZ, nos ensina mesmo que seja postumamente... a olhar a vida de frente, sem vergonha de chorar quer de alegria quer de tristeza, mas sempre com um sorriso para o mundo...
sábado, 25 de julho de 2009
Saudade
Deixá-mo-nos cair num poço, numa semelhança atroz com o abstracto bizarro de Murakami que, no entanto, nada tem de metafórico...
Torná-mo-nos sombras de tudo aquilo que fomos, de tudo aquilo que jurámos ser e olhamos um para o outro sem nos vermos verdadeiramente, mas quando o nosso olhar se encontra vê-se a amizade, vê-se a vontade reprimida de sorrir, vê-se o amor, vê-se o amor...
Eu vou continuar a acreditar que existe uma corda de sentimento, de cumplicidade, que nos puxará para o Sol que nos aqueceu durante tanto tempo, tempo que pensámos eterno, tempo que ainda sei poder ser eterno... espero estar certo... mas se não estiver, pelo menos sei que lutei por ti, que lutei por nós, que lutei pela beleza que já vimos ser possível, que lutei pelo nosso amor.
Amo-te
quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Providência
Acredito que temos um caminho relativamente predefinido, que temos as nossas opções, as nossas escolhas, mas que todas levam a essa tal rota pessoal.
Confesso que ainda não encontrei o meu destino, tive passos iluminados de certezas, tive espelhos manchados de sangue disfarçados de pesadelos, tive ruas desertas onde não consegui entrar, tive bilhetes para a vida e rasguei-os descontraidamente sob o olhar atento da lua cheia, mas nunca perdi a convicção de que há algo reservado para mim.
Eu navegarei ao sabor do vento e confiarei na Providência...
segunda-feira, 20 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
Horizonte
Para lá caminho, dou pequenos passos reticentes em direcção aos escombros, com uma esperança singela de não ser tragado pela areia movediça que me assombra.
O coração que parecia florir para a eternidade, estava sim devastado pelos pequenos e simples devaneios que um ser humano desenha no horizonte; horizonte que não tem anjos, esses fugiram e não deixaram cartão, horizonte que não tem flores, essas perderam-se e tornaram-se banais, horizonte que não tem mais luz, luz que foi devorada pelos fantasmas...
Não tenho mais horizonte mas estou repleto de fantasmas...
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Sorriso de "Bichocarpinteiro"
7 coisas que gosto de fazer:
- Ler
- Desporto
- Cinema
- Montar na moto e expirar os problemas (faz maravilhas)
- Sentir o vento na face e sentir-me à deriva no seu poder
- Ir a uma boa discoteca/bar e dançar com a minha mais que tudo (apesar de não saber dançar)
- Conviver e dar uma boa gargalhada
- Amor
- Saudade
- Tristeza
- Metallica
- Alter Bridge
- Michael Bublé
- Jamie Cullum
- Senhor dos Anéis
- Moulin Rouge
- Orgulho e Preconceito
- Fringe
- Lost
- Sobrenatural
- Anime
- Japão
- Cuba
- Nova Zelândia
- Egipto
- Austrália
- Galápagos
- Rússia
- Vermelho
- Preto
- Branco
- Amarelo
- Calor
- Sangue
- Paixão
- Desporto
- Cantar (em casa e na maioria das vezes sozinho)
- Ler
- Televisão
- Motocross
- Puzzles
- Jogos
sábado, 11 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Análise Literária I: Orgulho e Preconceito
Irei emitir a minha opinião sobre os mesmos, na esperança de que a minha paixão pela literatura ajude alguém a interessar-se pela leitura e mais concretamente pelos livros que subjectivamente criticarei.
Assim começo por aquele que considero uma das obras primas do romance clássico e uma das minhas leituras preferidas:
de Jane Austen
Inicialmente chamado First Impressions, viria depois a tomar o nome que todos conhecemos hoje em dia e que figura entre os Grandes Clássicos da literatura.
Orgulho e Preconceito retrata a vida em sociedade do século XIX, repleta de interesses e julgamentos de conveniência, contudo contrastando-a com uma rara, neste caso duas, amostras de afeição terna, sincera e verdadeira, capaz de ultrapassar valores plantados intrinsecamente nas fundações da comunidade. Estas verosímeis relações são como o clímax de todo um relato cuidado, próprio da época, aliando-se intimamente a escândalos e prevaricações, ainda hoje profundamente punitivas.
Devo dizer que quando decidi ler este livro, apesar de saber que fazia parte de um restrito grupo recheado de talento, não tinha grandes expectativas.
A verdade é que ao longo das primeiras páginas senti-me puxado para o meio das palavras tão cuidadosamente desenhadas e dei por mim lendo linha após linha, virando folhas e folhas num frenesim de interesse raramente experimentado por mim.
Com o desenrolar da acção fui-me sentindo cada vez mais intimamente ligado às personagens, observando com atenção e profunda devoção os seus comportamentos várias vezes inapropriados e outras tantas inesperados.
Eu costumo dizer que um bom livro é aquele que nos prende a atenção, mas um excelente livro - uma obra prima - é aquele em que à medida que lemos, acompanhamos as personagens no seu sofrimento, na sua felicidade, rimos com elas, choramos com elas, amamos com elas.
Eu ri-me desalmadamente, havia partes que dava por mim completamente absorto na leitura e rindo-me a plenos pulmões, outras havia que de tal intensidade com que sentia o enredo as lágrimas vinham-me aos olhos. Isto, para mim, e a minha opinião vale o que vale, é uma obra prima.
Deixo de lado a construção frásica, a capacidade estilistíca do autor, até excluo a consistência da obra, pois aquilo que visivelmente torna um manuscrito digno de menção é a capacidade de mexer com o nosso íntimo, aquele desejo explosivo que, na sua essência, quer a todo o custo, fazer parte do mundo, do amor, do prazer e até da tristeza que as palavras nos falam.
Jane Austen consegue isso na perfeição, é dos poucos livros em que me senti completamente inserido, avidamente absorvido na história e gritava poder renascer naquele pergaminho.
Nota: "Deixo de lado a construção frásica, a capacidade estilistíca do autor, até excluo a consistência da obra, pois aquilo que visivelmente torna um manuscrito digno de menção é a capacidade de mexer com o nosso íntimo"
Não quero com isto diminuir a importância da língua, pois ela é o veículo que transporta a beleza das palavras, nem tão pouco afirmar que tudo o que um livro necessita para ser obra-prima é possuir a capacidade de mexer com o íntimo.
Pretendo sim testemunhar que para mim, um homem, que não se sente geralmente (nem pouco mais ou menos) inserido na história contada por inúmeros livros já lidos, este que o conseguiu merece a minha menção e, ainda mais, a sua capacidade para o fazer.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Michael Jackson
Pop não é a minha música preferida, cheguei até a detestar qualquer música que se assemelhasse às batidas características deste estilo, mas após alguns anos orgulho-me de poder dizer que, independentemente disso, os discos giram e os sons voam para o meu canal auditivo e são apreciados pelo que realmente são: música que gosto e que sem ela não teria o mesmo brilho... aquela forma de comunicação universal que toda a gente entende (perdoem-me as pessoas surdas pela generalização) e que a maioria sente.
Michael Jackson é prova disso, não pelas suas excentricidades, não pelos seus problemas, não pela sua personalidade, mas devido ao seu enorme talento, que quer queiramos quer não, mudou o mundo e, acima de tudo, mudou a música; ele era o Rei do Pop.
É curioso como depois de morto a sua música, tal fénix do deserto, renasceu, catapultando-o para a imortalidade, mantendo-o para sempre jovem, como ele tanto desejava nos jardins da sua Neverland...
É sempre bonito quando as pessoas reconhecem os feitos de alguém e lhe atribuem certa importância na sua vida. Na minha não tinha muita, é verdade, mas sinto a infelicidade daqueles que vão sentir a sua falta.
Tudo o que disse é traduzido na perfeição pela música tributo Better on the Other Side.
[Diddy talking]
I remember the first time I seen you moonwalk,
I believed I could do anything,
you made the world dance,
you made the music come to life
[Chris brown - Chorus]
This the type of song that make the angels cry,
i look up in the sky and i wonder why?
why you had to go, go
I know its better on the other side,
you were chosen from the start
never gon’ let you go,
[The Game]
Who’s Michael Jackson,
You’re Michael Jackson,
I’m Michael Jackson,
We all Michael Jackson,
I guess what Im asking is everybody bow their head for a legend dont breathe for a second,
now let the air out, grab the hand of somebody you care about,
so you can hear my message, my confession,
someone tell Usher, I seen the moonwalk, I guess the young thriller touched him, like he touched me, like he touched you,
so carry on his legacy, something i must do, so i trust you lighting candles, concrete visuals, me and my brothers listen to Jackson 5 in the living room,
first thing i did when i heard was call Puff,
cos him and Mike tried to stop the beef between us,
who was us? Me and Fifty, that beef is dead, him and Mike Jackson gonna take us to the ledge.
[Chorus]
As I’m pouring out this liquor candles start to flicker,
when list (?) my air ones, MJ was my nier.
Not the one that play ball, the one with the Hollywood star,
and since I’m a Hollywood star Imma tell you my story,
never had a family that close, never see Barry Gordy walking through interscope,
just like me they always had Mike in a scope,
no matter what you say,
imma love him and hes still dope,
let me take you back to 85 when i was in a zone, dancing for my momma thriller jacket with all the zippers on,
now I’m doing 90 bout to crash in this Aston,
listening to Outcast, I’m sorry Mrs Jackson
anything I can ever do to better you your son was our king so we wont Coretta you,
I’m writing this letter to all the Jackson kids, we all Jackson kids, time to let us through.
[Chorus]
This the kind of song that make the angels cry,
look up in the sky and ask God, why o why why
Do we live and let die
This the kind of song that make the angels cry,
look up in the sky and ask God, why o why why
Do we live and let, live and let die.