terça-feira, 7 de abril de 2009

Plus Ultra


Olhando pela janela vem-me à cabeça um sentimento cinzento, talvez influenciado pela constipação que me entope as entranhas mas que não me entorpece os dedos, que com o balançar das folhas e dos ramos das árvores se torna demasiadamente preponderante para eu o deixar fugir levitando pelo algodão do céu até aos confins do imaginário.

Ah o imaginário... pedaço do mais belo cetim bordado pelo mais talentoso espírito, ou pântano desenhado pelo mais hediondo carrasco histórico?

É tão difícil definir o abstracto, aquilo que não existe, e contudo toda a gente tenta e procura fazê-lo, tal juiz julgando casos da alma...


É um sentimento ténue e fugidio, mas que principalmente nestes dias me visita; talvez um caminho paralelo ao vento, um padrão encontrado na terra por entre a folhagem me possa guiar, para estar diante de algo inócuo, tal como eu.

Talvez o vácuo seja demasiado torpe para mim, ou eu demasiado torpe para o vácuo; o certo é que me mantenho num pedestal que não me pertence, rodeado de flores e nuvens de algodão, doces e rosadas...