sábado, 1 de agosto de 2009

Rebento de Amor



Em tempos esquecidos, num pequeno lugar nas montanhas surge uma força, um amor recém nascido que, nas encostas virgens, abre caminho para algo belo e completamente novo na sua eterna existência, algo fascinante...
Os seres mais antigos dessa paisagem angelical observam atentamente aquele pequeno rebento surgir, vêem-no crescer, tentar chegar ao céu, tentar ser iluminado pela vida, num constante reboliço de emoções.
O pequeno espírito quer perdurar no futuro, sem perder as suas raízes, sem esquecer por aquilo que passou, sem esquecer os medos que sentiu, as secas que sofreu, o frio que lhe enregelou o coração, sem esquecer... a metade que o completou.
Sente a vida fluir dentro de si, sente as folhas respirar num borbulhante ciclo de processos cativos e vitais, sente, acima de tudo o resto, sente o sentimento...
Aquele sentimento que o fez nascer, irromper do solo num impulso inusitado, com vontade de perdurar, de ter em si um propósito por si mesmo, de viver à margem de todos os anciãos ali presentes sem estar, no entanto, fora do eterno ecossistema verdejante.
Tenta ser alguém com alguém dentro de si próprio, tenta ser um organismo simbiótico, tenta viver e conseguir aquilo que sempre quis... ver o céu...
Apesar de todas as decisões erradas, todos os caminhos falhados, ele quer ver o céu, porque sabe que quando lá chegar tudo será diferente, todas as raízes farão sentido, todas as folhas e ramos terão morrido por uma boa causa, pelo desejo de ver um céu claro e cuja beleza lhe encha o coração sombrio.
Nessa altura deixará de ser um rebento e tornar-se-a uma força da natureza que perdurará eternamente, erguendo-se orgulhosamente nas encostas da vida...

4 comentários:

. intemporal . disse...

. ser do começo um meio sem fim que não seja este

o renascer de cada instante

de si

de nós

. bel.íssimo Bruce .
. parabéns .

. abraço.TE .
. um bom fim de semana .

Cadinho RoCo disse...

Tudo é quando tem de ser.
Cadinho RoCo

Maria Ribeiro disse...

O nascer da vida, em toda a magnitude da sua pujança...Somos todos nós aí, nas tuas palavras...Nó próprios caminhamos "NAS ENCOSTAS DA VIDA", qual SÍSIFO A MOVER A "PEDRA" ,PELA MONTANHA ACIMA.Se quisermos "VER O CÉU", temos que " esgaravatar" a terra...
ABRAÇO DE lusibero

Aprendiz disse...

Por um sonho, estamos dispostos a qualquer loucura. Após o sonho, entendemos que não era loucura, era esforço e dedicação.

BELOS TEXTOS! ADOREI!