sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Menino Insolente


Quem é o menino insolente
Que percorre o tempo e espaço,
Gesto singelo e inocente,
Sentimento impossível, devasso.

Deambula pelo rosto da água,
Contemplando as partículas dos seres,
Sorriso indefinido, despido de mágoa,
Basta sonhar para viveres.

Aquela atitude sincera
Desperta sorrisos,
Voluptuosa criatura
Repelente de juízos.

Os anos irão certamente
Penetrar no seu ser,
Irão abrandá-lo lentamente
Sem pensar em sofrer,
Obrigação cumprida objectivamente.

Os sorrisos apagar-se-ão,
Os membros agitar-se-ão fervorosamente
Em movimentos frenéticos, sem aparente razão,
Embora a razão seja uma somente,
Ele, o menino insolente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Até a nossa insolência natural se dissolve nos anos, é preciso aprender a aceitar a vida como ela é, para que não soframos pelos arrebatamentos da nossa juventude.
Obrigado pela visita, um abraço e boa sexta-feira.

Sonia Schmorantz disse...

A palavra mágica
dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.

Carlos Drummond

Lindo domingo!
abraços

Alexandra disse...

Penso que ainda não tinha aqui passado para agradecer as palavras no meu espaço. Por isso, aqui estou e, foi com imenso prezer que li o que o seu post.

Lembrei-me de mim, de nós, de todos... porque afinal, todos iguais e todos diferentes, todos fomos um dia (e por vezes ainda somos) "Meninos Insolentes"!

Excelente!!

Bom Domingo. :)