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Fui forte quando não devia, fui fraco quando devia ter sido forte, o orgulho traiu-me quando menos esperava, mas a verdade é que sempre vivi pelo princípio de nunca deixar de fazer algo que sinto precisar de ser feito, mesmo que me custe a vida, mesmo que me custe o coração fazê-lo, isto porque prefiro arrepender-me de algo que fiz do que passar eternidades a matutar como seria na casualidade de o ter feito. E pretendo continuar.
Desiludi aqueles que mais amava e fui desiludido por eles. Não sei, contudo, se a balança está equilibrada.
Passei metade da vida vivendo para mim, passei outra metade vivendo para outros, mas nunca soube verdadeiramente coordenar os dois. Ambos me trouxeram infelicidades.
Fui um monstro para pessoas que me amaram, afastei-as como se nada fossem, os remorsos vieram mas sempre tardaram. Certas desculpas ficaram por pedir, não por não ser imperativo mas por não compensarem nada. Será que fui covarde? Talvez...
Menti, cometi erros, aprendi, mais com os meus próprios erros do que com os dos outros.
Perdi amigos por estupidez, perdi sonhos e objectivos por secundarismo, perdi-me a mim durante muito tempo; ainda não sei se me encontrei. Tenho tempo. Acho.
Entretanto vou juntando as peças e navegando rumo a porto seguro até ao momento em que tenha uma epifania de mim e da minha vida.