quarta-feira, 26 de maio de 2010

Let go

Olhando de frente para a tela clamo: "Eu não preciso mais disto. A minha escolha é a luz e não as trevas."


terça-feira, 25 de maio de 2010

Renascere

A dor é, de facto, algo bastante curioso, brota do solo como uma explosão de magma, queimando tudo à sua passagem, para depois abrandar o passo, equilibrando o seu volume. A verdade é que à medida que o tempo passa habitua-mo-nos a ela, ao ar soturno que provoca, habitua-mo-nos aos seus murmúrios impiedosos e, se por um lado, desejamos eliminar para sempre aquela sensação, por outro, quiçá inconscientemente, sabemos que é ela que alimenta aquele sentimento que tanto gostámos de sentir. Enquanto este não desaparecer, também ela não desaparece, pois aparentemente são unos; mas não o são.
A nossa mente magoada e temporariamente distorcida prega-nos partidas e, transforma sentimentos belos em monstros andantes com vontade própria, que não temem nada nem ninguém.
Alimentamos a dor com raiva para que a torrente não se extinga, meditando em todos os pormenores que nunca sequer reparamos, pensando que é assim que tudo desaparecerá; nada mais que um delírio, contudo um aconchegante delírio...
E então acordamos um dia, um dia como todos os outros, olha-mo-nos ao espelho, tudo permanece igual, mas aquele "brilhozinho nos olhos" voltou e assim da-mo-nos conta que a raiva cessou de acompanhar a dor, e esta desapareceu.
É como se no crepúsculo um anjo entrasse no nosso corpo e o purificasse, transformando escuridão em luz, apaziguando um coração profundamente dorido.
Vendo o nosso reflexo sentimos um sorriso chegar, devagar e cauteloso, preparado para alterar uma alma irrequieta, mas pronta, imperativamente pronta para se redimir.

Abandonam-se os ressentimentos e abraçam-se, finalmente, as mágoas!